CONFERÊNCIA DE ABERTURA - EDITORIAS NEGRAS NO BRASIL: NOTAS SOBRE SER ESTRANGEIRO EM SUA PRÓPRIA TERRA

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ABERTURA

Fabíola Moulin – Secretária Municipal de Cultura e Presidente Interina da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte

Gabriela Santoro – Diretora-Presidente do Instituto Periférico

A partir do histórico das casas editoriais fundadas e dirigidas por pessoas negras no Brasil, consideraremos os processos de exclusão e de resistência de personalidades culturais que, a exemplo de Maria Mazarello Rodrigues, da Mazza Edições, têm publicado as interpretações de um outro país, estrangeiro para muitos leitores e leitoras brasileiros. Ser estrangeiro, nesse caso, diz respeito à necessidade de repensarmos o sentido da pluralidade cultural que fundamenta nosso país, apesar da lógica de hierarquização da cultura e do pensamento que permeia as instâncias oficiais de nossa sociedade. A prática editorial, sob esse aspecto, tem muito a revelar sobre os impasses de uma sociedade multicultural que, por força de circunstâncias políticas e econômicas, se restringe a um espectro mínimo de entendimento e divulgação dessa realidade multicultural. A questão, fundamental, por fim, consiste em indagar: quantos países nos habitam? quantos países damos a ver através de linhas editoriais?

Edimilson de Almeida Pereira (MG); mediação: Ana Elisa Ribeiro e Madu Costa (BH)

Edimilson de Almeida Pereira é poeta, ensaísta e professor na Faculdade de Letras da UFJF. Publicou, entre outros, os livros Entre Orfe(x)u e Exunouveau: análise de uma epistemologia de base afrodiaspórica na Literatura Brasileira (Editora Azougue), Guelras (Mazza Edições), Poesia + antologia 1985-2019 (Editora 34) e O ausente (Relicário Edições).