O músico Rafael Martini
Ícaro Moreno Ramos / Divulgação

Circuito Municipal de Cultura retoma ações presenciais de música, cinema e dança

O Circuito Municipal de Cultura anuncia a retomada de suas ações presenciais a partir da segunda quinzena de setembro, oferecendo uma programação gratuita, diversa e de qualidade. Nesta retomada, destaque para atrações nas áreas da música, do cinema e da dança. Dessa maneira, a programação do Circuito assume um caráter híbrido, oferecendo tanto opções presenciais quanto virtuais.  

Projeto realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC), o Circuito está atualmente em sua 2ª edição, com programação contínua que pode ser acompanhada pelo site circuitomunicipaldecultura.com.br

Os espaços municipais que irão receber as atividades seguirão todos os protocolos de prevenção ao contágio pelo Coronavírus determinados pela Prefeitura, incluindo a bilheteria eletrônica, o uso de máscaras em todas as dependências e a limitação de público, entre outras medidas. Os ingressos devem ser adquiridos de forma on-line, por meio de bilheteria eletrônica

De acordo com Aline Vila Real, diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura, a vocação plural do projeto fica ainda mais fortalecida. "O Circuito Municipal de Cultura segue realizando suas ações, acompanhando a dinâmica da cidade e fortalecendo a produção cultural realizada em Belo Horizonte. A programação é plural tanto na oferta de linguagens artísticas, nos protagonismos em cena e agora também nos formatos presencial, virtual e híbrido". 

Circuito Cine Santê 

A programação especial começa com o projeto Circuito Cine Santê, uma realização do Cine Santa Tereza em parceria com o Circuito Municipal de Cultura que tem como foco, especialmente, a produção cinematográfica contemporânea, visando lançar luz sobre filmes recentes e realizadores que têm se destacado no cenário nacional e internacional. O projeto visa trazer uma programação atenta à diversidade de temas, e à pluralidade de vozes, narrativas e perspectivas, valorizando o cinema feminino, negro, indígena, LGBTQIA+ e tantos outros que destacam por sua força estética e política.  

Na estreia do projeto, dia 15 de setembro, às 19h, acontece a exibição do longa-metragem “Kevin”, da produtora Embaúbas e dirigido por Joana Oliveira. O filme mostra o reencontro de Joana e Kevin. É a primeira vez que Joana, uma brasileira, visita sua amiga Kevin na Uganda. Elas se tornaram amigas há 20 anos quando estudaram juntas na Alemanha e faz muito tempo que não se veem. A partir desse encontro, o filme tece a fina trama que é uma conversa entre duas amigas: as histórias do passado, os desejos, os caminhos trilhados, os diferentes modos de encarar a matéria do vivido e um elo de amor e sororidade que resiste à distância e ao tempo. 

Na sexta, dia 17, ainda como parte do Cine Santê, acontece um debate com as realizadoras do filme Joana Oliveira, Clarissa Campolina, Luana Melgaço, e com mediação de Vanessa Santos. A ação poderá ser acompanhada pelo YouTube da Fundação Municipal de Cultura (youtube.com.br/fmcbh).  

Em outubro, no dia 13, às 19h, acontece a exibição do filme “Voltei!”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio.  Na obra, as irmãs Alayr e Sabrina estão ouvindo no radinho de pilha o julgamento que pode mudar os rumos de um país “sem energia”. Elas são surpreendidas por Fátima, a irmã que volta dos mortos para confraternizar nessa noite histórica. 

 

Música de Domingo 

Intrinsecamente conectado à história de Belo Horizonte, o Música de Domingo está de volta à programação da cidade. Nascido na década de 1950, o Música de Domingo surgiu com a proposta de fomentar e difundir a música de orquestra e de câmara e, a partir de 1990, passou a ser realizado no Teatro Francisco Nunes, onde a programação seguiu ininterrupta até 2009. Foi retomado em 2019 e, com a pandemia do Coronavírus, teve suas atividades interrompidas. 

O projeto retorna agora com uma programação musical quinzenal, sempre nas tardes de domingo, em formato presencial, apresentando as mais variadas facetas da música instrumental. Nesta edição, através do Circuito Municipal de Cultura, o evento será itinerante, realizando um tour por alguns teatros da cidade. 

Na estreia, no dia 26, às 16h, o Assanhado Quarteto faz show de lançamento do 2° disco do grupo, “Jararaca”, ao vivo no Grande Theatro Unimed-BH do Cine Theatro Brasil Vallourec. A apresentação conta com participação de Carol Panesi, musicista que participou do disco, residente em São Paulo. Especialmente nesta estreia, o show terá também exibição on-line ao vivo, pelo YouTube da Fundação e pelo site do Circuito. 

O Assanhado Quarteto surgiu a partir de uma proposta coletiva de execução do repertório de choro com uma formação um tanto inusitada, utilizando instrumentos como o baixo-acústico, a bateria, a guitarra e o vibrafone - somados ao violão de sete cordas e cavaquinho, já comuns ao gênero. Com 10 anos de atuação, camaradagens e um disco lançado (“Feira”, 2015), o som diverso do Assanhado é uma referência para o choro feito em Minas Gerais, tendo o grupo se apresentado em diversas cidades do Brasil e do mundo (Lisboa, Porto, Paris, Melbourne e Sydney) e recebido alguns dos mais importantes prêmios destinados à música instrumental no país. 

Quinze dias depois, 11 de outubro, também às 16h, quem sobe ao palco do Teatro Feluma é o multi-instrumentista Acauã Ranne (BH). Ele convida Titane (MG) para a apresentação do show “Septeto”, no qual apresenta uma musicalidade única que mescla os cânticos sagrados do candomblé com as sofisticadas harmonias do jazz, o swing do samba e a introspecção dos vissungos e reinados. Por meio de seu show “Septeto”, o artista busca reforçar que é possível popularizar a naturalizar a força e a presença da diáspora em todos os campos e manifestações artísticas. 

No dia 24, o Teatro Bradesco recebe o show do novo disco do compositor, arranjador e instrumentista Rafael Martini, “Vórtice”, com participação de Ceumar (MG).  

Neste trabalho, o compositor, arranjador e instrumentista aborda os pontos de encontro entre diferentes universos e desvela sincronias entre mundos aparentemente paralelos. O álbum traz músicas próprias que dialogam com o jazz contemporâneo na apresentação de temas com forte assinatura e apontam para uma polifonia intrincada nos arranjos, onde os universos do rock e da música eletrônica são grandes turbinas abastecidas com uma base firme na música instrumental brasileira. 

Mostra Corpo-Imagem-Movimento 

A mostra Corpo-Imagem-Movimento integra o Programa de residências artísticas CRDançaBH, lançado neste mês, que tem como foco a criação e a pesquisa nas áreas de artes cênicas e audiovisual. A atividade é uma construção conjunta entre o Centro de Referência da Dança de Belo Horizonte e o Cine Santa Tereza, realizada dentro da Programação do Circuito Municipal de Cultura, e conta com a parceria do Goethe-Institute. 

A mostra traz uma seleção de filmes que se aproximam a partir das relações que estabelecem entre corpo, imagem,  território, identidade, deslocamento e experimentação. Todas as sessões serão realizadas no Cine Santa Tereza, sempre às 19h. 

Abrindo a programação, acontece no dia 1º de outubro a exibição de “Um Filme de Dança” (2013), da cineasta e coreógrafa Carmem Luz, que retrata o cenário da dança no Brasil, atento especialmente a presença do corpo negro nesse universo artístico. A produção também será exibida no dia 9 de outubro.  

Na sequência, dia 2, será exibido “A Cambonagem e o Incêndio Inevitável”(2021), de Castiel Vitorino Brasileiro. O filme evoca, por meio da expressão dos corpos femininos,  identidade, memória e ancestralidade.  A produção será exibida novamente no dia 7 de outubro.  

A terceira sessão da mostra,  no dia 3 de outubro, reúne as produções “República” (2020), da atriz e cineasta Grace Passô;  “Pattaki” (2019), dirigido por Everlane Moraes, e “Negrume” (2018), de Diego Paulino. As três produções formam uma tríade cujas performances nos transportam para outras realidades possíveis, entre sonhos xamânicos, planetas distantes e inundações. No dia 8 de outubro, as três obras voltam a ser exibidas.  

Encerrando a mostra, no dia 6 a sessão reúne “Lambada Estranha” (2020), dirigido por Luisa Marques e Darks Miranda, “Intervenção Jah” (2019), dirigido por Daniel Santos, com co-direção e roteiro de Welket Bungué, e “Swinguerra” (2019), de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca. Nesses trabalhos, os corpos se arriscam por diferentes espaços e investigações. Todos podem ser vistos novamente no dia 10. 

No dia 8, às 20h30, ainda como parte da programação da mostra, será realizado um debate on-line com a participação de Grace Passô, Carmem Luz e Everlane Moraes. A conversa terá mediação do realizador e pesquisador Breno Henrique e poderá ser acompanhada pelo YouTube da Fundação Municipal de Cultura.