Pôr do Sol na Casa do Baile Roteiro Pampulha Essencial
Qu4rto Studio/Acervo Belotur

Roteiro: Pampulha Essencial

Vista geral da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte
Banco de Imagem/Adobe Stock

Belo Horizonte já traz, no nome, um compromisso estético com a paisagem. Em 1940, o então prefeito Juscelino Kubitschek honrou esse compromisso e encomendou ao jovem arquiteto Oscar Niemeyer um projeto  que transmitisse a prosperidade e modernidade de uma época.  O Conjunto Moderno da Pampulha, ícone da modernidade na arquitetura, influenciou toda uma escola de criadores ao redor do mundo. 

Composto pelos prédios do Museu de Arte da Pampulha - MAP (antigo Cassino), Casa do Baile (atual Centro de Referência de Arquitetura Urbanismo e Design), Iate Tênis Clube (antigo Iate Golfe Clube) e a Igreja de São Francisco de Assis, conhecida como Igrejinha da Pampulha, construídos quase simultaneamente (entre 1942 e 1943). As quatro edificações foram incluídas no reconhecimento como Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Completam o conjunto o Museu Casa Kubitschek, imóvel concebido para servir de residência ao prefeito em 1945, o espelho d´água e a orla da Lagoa. Essas edificações modernistas foram concebidas pelo arquiteto Oscar Niemeyer no início de sua carreira; e contam com obras de Cândido Portinari, Alfredo Ceschiatti, August Zamoyski, Paulo Werneck e José Alves Pedrosa, além de projeto paisagístico concebido por Roberto Burle Marx. 

A Pampulha veio inicialmente para ser um  local de lazer e prosperidade dessa “nova cidade”. Hoje é um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte. A lagoa, com seus 18 quilômetros de extensão e seu belo espelho d'água abriga em seu entorno monumentos, praças e parques onde foram apropriados pelos belo-horizontinos e turistas para prática de lazer e esportes.   

Próximo da Igrejinha está o estádio de futebol Mineirão, palco de partidas decisivas e também de grandes eventos. Ao visitá-lo não deixe de ir ao Museu Brasileiro do Futebol e também à sua Esplanada, local escolhido pelos amantes de esportes ao ar livre. Próximo de lá encontra-se o Ginásio Poliesportivo Mineirinho onde, às quintas-feiras e aos domingo, acontece uma feira que mistura música, gastronomia e artesanato.   

Do outro lado da orla está o Jardim Zoológico da cidade, onde está situado o Aquário da Bacia do Rio São Francisco que é o maior entre os temáticos do Brasil, com 60 espécies de peixes do “Velho Chico”. Além do aquário, o visitante poderá conhecer o Borboletário, o Jardim Botânico e o Jardim Japonês. Vale visitar também o Parque Ecológico da Pampulha, onde está instalado o Memorial da Imigração Japonesa com seu projeto impactante do arquiteto Gustavo Penna. 

Também perto da Igreja da Pampulha, está o Parque Guanabara, representante da memória afetiva e histórica de Belo Horizonte. Entre outras atrações, ali está a maior roda-gigante de gôndolas do Brasil, que proporciona uma vista da orla e da Serra do Curral que emoldura a Cidade.

Agora, se entre um passeio e outro bater aquela fome, a Pampulha é o lugar certo para você experimentar o melhor da gastronomia. Próximo da orla existem restaurantes com ares de fazenda que lhe conferirão uma experiência inesquecível. Consulte a seção “O que fazer” e conheça o melhor da cozinha e hospitalidade mineira na região.

Roteiro de um dia, com curiosidades de cada atração

Para todos os atrativos, é necessário consultar condições especiais de funcionamento e acesso devido à Covid-19

1. Museu de Arte da Pampulha

Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte
Acervo Belotur

Antes de entrar no museu, percorra o seu entorno. Perceba os pilares e as colunas que sustentam o concreto armado, veja os detalhes dos azulejos que perfazem a área externa (influência portuguesa e colonial presente em todas as obras do Conjunto), e contemple a beleza da escultura “O Abraço” de Alfredo Ceschiatti. O abraço entre duas mulheres foi um escândalo nos anos 1940.

O espaço construído para abrigar a boate (hoje espaço de shows do Museu) merece atenção especial para o piso em vidros, inovação para a época, assim como a acústica perfeita que o local possui. Faça você mesmo o teste: posicione-se no centro da pista de vidro. Agora bata palmas e cante (se não quiser, pode só bater palmas, mesmo) e observa a reverberação do som. Faça a mesma coisa fora do círculo de vidro, como se estivesse fora da pista. Viu a diferença? Este efeito era proposital, para amplificar a conversa ao pé do ouvido de quem estava dentro da pista, de modo que quem estivesse fora não pudesse escutar. 

Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585 – Pampulha.
Mais informações: (31) 3277-7996 e (31) 3277-7946.
Entrada Gratuita 

2. Casa do Baile (Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design)

Casa do Baile, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Banco de Imagem/Adobe Stock

O acesso ao interior da Casa se faz por uma ponte de inspiração japonesa, semelhante à dos jardins de Claude Monet. Preste atenção no painel que fica atrás do auditório. Lá estão os traços que Niemeyer desenhou (ou deixou) quando voltou ao local.

A marquise tem forma livre, que estrategicamente emoldura a vista do espelho d’água. Diferentemente do edifício do Cassino, a Casa do Baile não conta com materiais de acabamento tão nobres e luxuosos, destacando-se por sua singeleza, graça e simplicidade. 

Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, 751 – Pampulha.
Mais informações: (31) 3277-7443.
Entrada Gratuita.
 

 

 


3. Iate Tênis Clube

Iate Tênis Clube, Lagoa da Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Acervo Embratur

Quando somos crianças e aprendemos a desenhar uma casa, fazemos o telhado em forma de um triângulo, certo? Pois essa lógica foi invertida por Niemeyer no Iate Golfe Clube (hoje Iate Tênis Clube), cujas águas (ou vertentes) do telhado se inclinam em sentido contrário ao tradicional em “V”. Essa inovação arquitetônica, utilizada  posteriormente por arquitetos como Artigas e Reidy, se tornou moda em Belo Horizonte e passou a caracterizar as construções mineiras e brasileiras nos anos 1950. Com o tempo, passou a ser chamado popularmente de "telhado asa de borboleta".

Entre as obras conservadas pelo Clube, estão “O Esporte", Burle Marx, 1942 e “O Suicídio da Consciência” (também conhecida como “Espantalho”), Candido Portinari, 1941.

Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 1350 – Pampulha.
Mais informações: (31) 3490-8400 / http://www.iatebh.com.br/site/  
Entrada Gratuita

 

 

4. Igreja São Francisco de Assis 

Igreja São Francisco de Assis, Pampulha, Belo Horizonte, à noite
Miguel Aun/Acervo Belotur

Observe os painéis em bronze do batistério da Igreja, que representam a criação de Adão e Eva, a tentação e a expulsão do Paraíso, de Alfredo Ceschiatti. Veja a curiosa orientação da Igreja, voltada para a lagoa e não para a rua, com o cruzeiro e o campanário. Isso se deve ao rito canônico de se voltar a porta dos templos ao sol nascente.
A construção foi uma inovação na tecnologia do concreto armado, fazendo da engenharia brasileira uma referência de ponta no plano mundial.

A obra recebeu imediato reconhecimento de seu valor artístico, inclusive internacionalmente, o que justificou seu tombamento como patrimônio histórico-artístico nacional em 1947, numa iniciativa inédita no planeta, tratando-se de uma obra tão recente. Seu desenho, ao mesmo tempo simples e incomum, a tornou um símbolo da cidade de Belo Horizonte.

Detalhes no afresco de Portinari no Altar Mor: São Francisco desnudo representa o desapego material, sem pele representa que é espiritualizado, o cachorro representa o lobo externo manso, mãos e pés grandes representam o povo trabalhador. As pessoas que estão localizadas abaixo têm os rostos nítidos que significam vínculo com a terra e, as que estão acima, têm os rostos desfigurados demonstrando que já são espiritualizadas.

As 14 telas da Via Sacra, onde, foram utilizadas cores fortes e faces nítidas nas primeiras cenas. Já na última cena, Jesus aparece quase sem cor e com a face desfigurada, demonstrando que já está espiritualizado. 

Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, 3.000 – Pampulha. 
Mais informações: (31) 3465 6219
Acesso interno pago


5. Museu Casa Kubitschek 

Museu Casa Kubitschek, Pampulha, Belo Horizonte, Brasil
Antonio Vitor Campos Maia/Acervo Belotur

Repare a ampla varanda frontal, o pátio central, o elemento rústico em madeira que domina a platibanda e a pavimentação em pedra do mesmo jardim. Tudo remete a Diamantina. O pequeno espelho d’água do jardim frontal da Casa, criado por Burle Marx, é referência à própria Pampulha. Veja aqui o telhado em forma de asa de borboleta, semelhante ao que se observa no Iate Tênis Clube.

Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 4188 – Pampulha. 
Mais informações: Telefone (31) 3277-1586.
Entrada Gratuita 

 

 

6. Parada para almoço em um dos restaurantes da região
Para provar as iguarias da Culinária Mineira em clima de fazenda, consulte a seção “O que fazer”.

 

7. Jardim Zoológico, Aquário do Rio São Francisco, Jardim Botânico e Jardim Japonês  

Aquário do Rio São Francisco, localizado dentro do Jardim Zoológico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de Belo Horizonte
Qu4rto Studio/Acervo Belotur

No Borboletário, é possível vivenciar os ciclos de transformação das borboletas. Já o jardim japonês foi inspirado nos jardins existentes no “País do Sol Nascente”, com o objetivo de promover o respeito à natureza. O Aquário do Rio São Francisco apresenta dezenas de espécies nativas e exóticas do Rio São Francisco, entre eles surubins, dourados, lambaris e vários outros.

A sede administrativa da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de Belo Horizonte foi projetada para ser parte das instalações do Golfe Clube, que fazia parte do projeto de Juscelino Kubistchek para o desenvolvimento da Pampulha como um espaço de lazer na cidade. Acredita-se que o esporte não teve boa aceitação do público e então, em busca de melhor utilização, o terreno foi transformado em um Jardim Zoológico.

Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 8000 – Pampulha.
Mais informações: (31)3277-8489. 

 


8. Visita ao Museu Brasileiro do Futebol e visita guiada ao Mineirão 

Vista do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte
Breno Pataro/ Acervo PBH

O primeiro gol do Mineirão foi marcado pelo jogador Buglê em 1965, numa partida entre a Seleção Mineira e o River Plate da Argentina. Não deixe de ver as pegadas deixadas pelo rei Pelé e outros jogadores no estádio antes da reforma do Mineirão. Elas estão no Museu Brasileiro do Futebol. Se tiver oportunidade de assistir a um jogo, experimente o tradicional Tropeiro, que faz parte da tradição dos torcedores mineiros há mais de 50 anos.

Endereço: Avenida Antônio Abrahão Caram, 1001 – Pampulha.
Mais informações: (31) 3499-4312 / estadiomineirao.com.br 


 

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